SETEMBRO AMARELO

INASP, 2025.
A campanha “Setembro Amarelo” é uma iniciativa de conscientização da prevenção ao suicídio, que acontece mundialmente durante o mês de setembro. O objetivo da campanha é alertar a população sobre a importância de identificar os sinais de alerta de uma pessoa em risco de suicídio, bem como, incentivar o diálogo sobre o tema e oferecer informações e suporte para quem está passando por momentos difíceis.
O QUE É SUICÍDIO
Suicídio é um gesto de autodestruição, realização do desejo de morrer ou de dar fim à própria vida, é uma escolha ou ação que tem graves implicações sociais, consiste em um ato de tirar a própria vida de forma intencional, é um comportamento complexo que pode ter diferentes causas, como transtornos mentais, estresse, eventos traumáticos, problemas de relacionamento, problemas financeiros, entre outros fatores. É importante lembrar que o suicídio é um problema de saúde pública, e que existem medidas de prevenção e de transtorno que podem ajudar a evitar esse comportamento.
SURGIMENTO
A história do movimento surge nos Estados Unidos, quando em 1994, Mike Emme, um garoto de 17 anos, comete suicídio, e, na época, os familiares e amigos não conseguiram identificar os sinais de que ele pensava em tirar a própria vida. No seu funeral, os seus amigos decidiram montar uma cesta com cartões e fitas amarelas com a mensagem “Se Precisar, Peça Ajuda”. A cor amarela para as fitas do funeral não foi escolhida ao acaso, Mike tinha uma paixão por mecânica, tendo reformado e pintado de amarelo o seu Mustang 1968.
Em 2003, após a grande repercussão do funeral de Mike Emme, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, a cor amarela foi adotada para a campanha, junto com o laço que remete às ações de amigos e familiares de Mike Emme no funeral, o amarelo representa a vida, a luz e a esperança, que são essenciais para quem está passando por momentos difíceis e precisando de apoio emocional, além disso, a cor amarela também remete ao sol que é a fonte de energia, vitalidade e renovação.
A campanha no Brasil foi criada a partir de uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que desde 2014 vem ganhando cada vez mais visibilidade, e se tornando uma importante ferramenta de prevenção do suicídio em todo o mundo.
DADOS
Segundo o estudo Global Burden of Disease, de 2019, o Brasil ocupa o 155º lugar entre as taxas de suicídio padronizadas por idade de 214 países e territórios. Entre os países e as regiões com as taxas mais altas estão Groenlândia (América do Norte), Lesoto (África), Quiribati (Oceania) e Guiana (América do Sul).
Embora o Brasil não apresente taxas elevadas de suicídio em um contexto global, é preocupante a tendência crescente de mortalidade por essa causa no país. Um estudo sobre as tendências de mortalidade por doenças e agravos não transmissíveis de 2000 a 2018 revelou um crescimento médio anual de 1,4% nas taxas de suicídio. Entretanto, a partir de 2014 essa tendência de aumento se acentuou, registrando um incremento de 3,2% ao ano.
Em 2019, o suicídio foi identificado como a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos globalmente, suplantado apenas por lesões no trânsito, tuberculose e violências interpessoais. No contexto brasileiro, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) aponta o suicídio como a segunda principal causa de mortes de adolescentes de 15 a 19 anos e como a quarta principal entre jovens de 20 a 29 anos.
No ano de 2021 foram contabilizados 15.507 suicídios. Destes, 77,8% ocorreram no sexo masculino. Nesse mesmo ano, o suicídio representou a 27a causa de morte no país, afetando principalmente a população adolescente e adulta jovem. Entre crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, o suicídio representou a 11ª causa de morte, ao passo que entre adolescentes e jovens de 15 a 19 anos e 20 a 29 anos foi, respectivamente, a terceira e quarta maior causa de mortalidade, caindo para a 9ª posição entre adultos de 30 a 49 anos, 34ª na faixa de 50 a 69 anos e 58ª na faixa de 70 anos e mais.
Na última década, o Brasil enfrentou um crescimento preocupante no número de suicídios, que se consolidam como um grave problema de saúde pública. Em 2021 houve mais de 15,5 mil suicídios, equivalente a uma morte a cada 34 minutos. Essa trágica estatística posicionou o suicídio como a 27ª causa de morte no país e terceira maior causa na população jovem.
Destacam-se as maiores taxas de suicídio entre homens, especialmente os idosos, e entre adolescentes de 15 a 19 anos no sexo feminino. Também chamam a atenção os maiores percentuais de suicídios, em relação ao total de óbitos por todas as causas, entre indígenas, indivíduos com ensino médio ou superior e solteiros. Geograficamente, a Região Sul destaca-se por sua elevada taxa de suicídios, com o Rio Grande do Sul detendo a maior taxa de mortalidade por suicídio do país, assim como alguns estados em outras regiões, incluindo Roraima, Tocantins, Piauí e Mato Grosso do Sul.
Em relação às notificações de violências autoprovocadas, destacam-se os maiores percentuais de notificações entre mulheres, adultos jovens, solteiros, bem como a proporção de pessoas com alguma deficiência ou transtorno, compondo quase um terço do total de casos. As intoxicações foram o principal meio utilizado em todos os subgrupos populacionais analisados, entretanto chamaram atenção as proporções mais elevadas de lesões autoprovocadas por meio de enforcamento e arma de fogo entre homens e indígenas em comparação às mulheres e aos não indígenas.
ONDE BUSCAR AJUDA
Centro de Valorização da Vida (CVV) – O CVV é uma organização sem fins lucrativos que oferece suporte emocional, e de prevenção do suicídio, com voluntários treinados em ouvir e ajudar pessoas que estão enfrentando crises emocionais. O atendimento é gratuito, confidencial, e 24 horas por dia: LIGUE CVV – 188 ou www.cvv.org.br.










