Dando continuidade à ampliação dos atendimentos voltados a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Centro Social Anália Leal, braço do Instituto Nacional de Apoio ao Serviço Público (INASP), localizado em Paripiranga (BA), iniciou nesta sexta-feira, 17, as sessões de terapia ocupacional. A nova etapa integra o conjunto de ações desenvolvidas pela instituição para fortalecer o atendimento multidisciplinar e garantir um acompanhamento mais completo às famílias assistidas.

O terapeuta ocupacional Danilo Araújo explica que o trabalho começa com uma fase de avaliação para entender melhor as necessidades de cada criança. “Primeiro, fazemos uma avaliação para conhecer cada criança e entender como está o seu desenvolvimento. A partir daí, iniciamos as terapias, que têm como objetivo ajudar essas crianças a ganhar mais autonomia e funcionalidade no dia a dia”, afirma.

Segundo o especialista, a terapia ocupacional trabalha as atividades do cotidiano — tudo o que faz parte da rotina da criança e contribui para sua independência. “Olhamos para atividades do dia a dia, como se alimentar, tomar banho, se vestir, brincar e dormir. Quando a criança tem dificuldade em alguma dessas áreas, entramos com o trabalho terapêutico para ajudá-la a desenvolver essas habilidades. O objetivo é que ela consiga realizar suas atividades com mais autonomia e qualidade de vida”, completa Danilo.

A iniciativa tem transformado a rotina de muitas famílias. Ana Núbia Santana, mãe de Misael Alessandro Santos, de 6 anos, uma criança autista, conta que o serviço oferecido pelo INASP trouxe esperança e acolhimento. “Eu acompanhei a construção do centro social e já tinha noção dos projetos que eram realizados. Daí veio a oportunidade dos atendimentos, graças a Deus. É muito difícil, uma mãe atípica, ter uma criança e conseguir pagar todos os médicos, o dinheiro não dá para tudo. Deus colocou uma bênção nas vidas de todas as mães atípicas”, afirma emocionada.

Maria Eduarda de Jesus, mãe de Levi de Jesus, de 4 anos, também comemora o início dos atendimentos. Para ela, a ampliação dos serviços representa uma oportunidade de oferecer ao filho suporte especializado e mais autonomia no dia a dia.  “A terapia ocupacional vai ajudar muito no desenvolvimento do meu filho, principalmente para lidar com o comportamento dele. Ele ainda não consegue, por exemplo, vestir uma camisa sozinho ou cuidar do cabelo, e quando tenta, se estressa e às vezes se machuca ou reage de forma intensa. Ele se frustra com o que não consegue fazer, mas quando consegue realizar uma tarefa, faz bem feito”, conta.

Cleverton Oliveira, diretor de Saúde do INASP, o fortalecimento da atenção às crianças com TEA é uma das prioridades do instituto. “Temos atenção especial às crianças com TEA. Além do acompanhamento com neurologista, psicólogo e terapeuta ocupacional, recém implantados, estamos ampliando nossos atendimentos para incluir fonoaudiologia. Essa expansão faz parte de um trabalho multidisciplinar que busca oferecer uma assistência completa às famílias — especialmente àquelas com mais dificuldade de acesso. Cada criança merece a chance de se desenvolver com acolhimento, respeito e oportunidade”, finalizou.