JULHO AMARELO

28/07/2025 às 08:34:22
JULHO AMARELO (Fonte: ASCOM - INASP)

INASP, 2025


O Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais são celebradas no dia 28 de julho, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano de 2010, a mobilização tem como objetivo reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle da doença. A campanha de “Julho Amarelo” foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019, e tem por finalidade reforçar as ações de vigilância prevenção e controle das hepatites virais.

As hepatites são doenças infecciosas causadas por vírus que provocam a inflamação no fígado (órgão responsável por eliminar as toxinas e filtrar o sangue), podendo ser aguda ou crônica. As inflamações causadas por vírus classificados pelas letras do alfabeto em ‘A’, ‘B’, ‘C’, ‘D’ (Delta) e ‘E’. As mais relevantes no Brasil são os vírus ‘A’, ‘B’ e ‘C’, e com menor frequência, o vírus ‘D’, que é comum na região norte do país, já o vírus ‘E’, é encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.

TIPOS DE HEPATITES

  • Hepatite ‘A’ – tem o maior número de casos, está diretamente ligado às condições de saneamento básico e de higiene;
  • Hepatite ‘B’ – é o segundo tipo com maior incidência de casos, é atingida na sua maior totalidade na transmissão por via sexual e contato sanguíneo;
  • Hepatite ‘C’ – é considerada a maior epidemia da humanidade hoje, cinco vezes superior a AIDS/HIV, tem como principal forma de transmissão o contato com o sangue;
  • Hepatite ‘D’ – causada pelo vírus da hepatite D (VHD), ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite ‘B’; e
  • Hepatite ‘E’ – causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando epidemias em certas regiões.

FORMAS DE CONTÁGIO

  • Contágio fecal-oral, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos;
  • Relação sexual desprotegida;
  • Contato de sangue contaminado, através do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros perfuro-cortantes;
  • Durante a gravidez, por meio de transmissão vertical, através da mãe para o filho; e
  • Transfusão de sangue ou hemoderivados.

FORMAS DE PREVENÇÕES

  • Hepatite ‘A’ – através da vacina contra a Hepatite ‘A’ (altamente eficaz e segura, é a principal medida de prevenção), lavar as mãos com frequência (especialmente após o uso do sanitário, troca de fraldas e antes do preparo de alimentos), utilização de água tratada/clorada/fervida, cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, lavar adequadamente pratos/colpos/talheres/mamadeiras, usar instalações sanitárias, evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios e usar preservativos e se higienizar após relações sexuais;
  • Hepatite ‘B’ – através da vacina contra a Hepatite ‘B’ (altamente eficaz e segura), usar preservativo em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure e equipamentos para confecção de tatuagem e colocação de piercings;
  • Hepatite ‘C’ – não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente e etc.), usar preservativos nas relações sexuais e não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas;
  • Hepatite ‘D’ – a hepatite ‘D’ ocorre em pacientes infectados com o tipo ‘B’, portanto, a vacina contra a hepatite ‘B’, protege contra o tipo ‘D’, também; e
  • Hepatite ‘E’ – a melhor forma de evitar a doença é através do melhoramento do saneamento básico e de higiene, e utilizar das medidas utilizadas contra a hepatite ‘A’.

TRATAMENTO

O tratamento varia conforme o tipo de hepatite:

  • Hepatite ‘A’ – é recomendado repouso, hidratação e alimentação adequada, além do uso de medicações sintomáticas para alívio de febre ou dor;
  • Hepatite ‘B’ – tratamento é semelhante ao da hepatite ‘A’, mas se a evolução ocorrer é necessário o tratamento de medicações antivirais disponíveis no SUS, que podem controlar a infecção e minimizar as chances de evolução para cirrose ou câncer de fígado;
  • Hepatite ‘C’ -

DADOS NO BRASIL

De acordo com o Boletim Epidemiológico 2023, fornecido pelo Ministério de Saúde, durante o período de 2000 a 2022, foram diagnosticados através do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), 750.651 casos confirmados de hepatites virais, sendo hepatite ‘A’ 169.094 casos (22,5%), hepatite ‘B’ 276.646 casos (36,9%), hepatite ‘C’ 298.738 (39,8%), hepatite ‘D’ foram 4.393 casos (0,6%) e a hepatite ‘E’ 1.780 casos (0,2%).

A distribuição proporcional dos casos variou nas regiões: Nordeste, concentra-se maiores proporções de infecções do vírus ‘A’ (30%), na região sudeste maiores proporções do vírus ‘B’ (34,2%) e o vírus ‘C’ (58,3%) e na região norte acumula-se 73,1% de casos do vírus ‘D’.

Nesse mesmo período ocorreram 85.486 óbitos por hepatites virais, entre 2000 a 2021.