INASP, 2025.

“Aquele que não tem tempo para cuidar da saúde vai ter que arrumar tempo para cuidar da doença” (Lair Ribeiro).

O mês de janeiro é o pontapé inicial para as campanhas de conscientização e promoção à saúde. O Janeiro Branco e Roxo reflete as campanhas nacionais de conscientização frente à promoção da saúde mental e emocional e a Hanseníase, respectivamente.  

JANEIRO BRANCO

O Janeiro Branco foi criado em 2014 pelo psicólogo Leonardo Abrahão e instituída pela Lei Federal 14.555/23, seu propósito é sensibilizar a população para a importância do bem-estar mental e estimular a busca por cuidados psicológicos. A campanha em janeiro, é para remeter a ideia de recomeços e reflexões, uma folha em branco para o ano novo que se inicia, o próprio criador diz que “o mês é um convite para que cada pessoa reflita sobre suas emoções e relacione-se melhor consigo mesma”.

A campanha de 2025, tem como tema “O que fazer pela saúde mental agora e sempre”, uma oportunidade de refletirmos sobre mudanças de hábitos permanentes para um cuidado contínuo da nossa saúde física e mental, cuidando da nossa mente, teremos hábitos mais saudáveis para o nosso corpo. “Mens sana corpore sano (mente sã, corpo são)”, essa citação latina reflete a importância dessa campanha e dos hábitos saudáveis.

De acordo com um relatório do Global Mind Project publicado em 2024, o bem-estar mental permanece baixo pós-pandemia e as gerações abaixo dos 35 anos são as mais afetadas, a pesquisa em questão mede o Quociente de Saúde Mental (MHQ3,4 – sigla em inglês para Mental Health Quotient), que captura as percepções de 47 aspectos da capacidade mental e funcionamento em uma escala de impacto na vida do indivíduo. (THIAGARAJAN, Tara; NEWSON, Jennifer. The Mental State of the World in 2023. Global Mind Project, 2024).

O Brasil ficou em 4º lugar no ranking de países com os índices mais baixos, com 53%, empatado com o Tajiquistão, e somente atrás da África do Sul, Reino Unido e Uzbequistão. A aflição/ansiedade brasileira varia entre 34% a 35%, esse índice baixo é resultado de uma série de fatores, entre eles, o consumo de alimentos ultraprocessados, o uso frequente de celular e a diminuição dos laços familiares. (THIAGARAJAN, Tara; NEWSON, Jennifer. The Mental State of the World in 2023. Global Mind Project, 2024).

Que essa campanha incentive cada vez mais as pessoas a procurar cuidar da saúde mental, através de mudanças de hábitos e consultas regulares com profissionais de saúde, para que sejam auxiliados de maneira correta e responsável.

JANEIRO ROXO

O Janeiro Roxo é o mês utilizado para conscientizar e alertar a sociedade sobre o combate a hanseníase.  A cor roxa e o dia 26 de janeiro, foram escolhidos como símbolos para o Dia Mundial Contra a Hanseníase.

 A hanseníase é uma doença crônica infecciosa causada por uma bactéria (Mycobacterum leprae) que afeta a pele, nervos periféricos, olhos e a mucosa nasal, causando assim, manchas vermelhas com alteração de sensibilidade, dormências e fraqueza muscular.

Com tratamento especifico e adequado, a hanseníase pode ser curada, e por isso, é tão importante que a população se informe sobre essa doença que é rodeada de estigmas sociais. A campanha do janeiro Roxo em 2025 é “Hanseníase, conhecer e cuidar, de janeiro a janeiro”, uma maneira de conscientizar sobre a importância de procurar um tratamento o mais rápido possível, e para além disso, completar o tratamento, já que o abandono compromete a eficácia do mesmo, aumentando os riscos de complicações e de resistência bacteriana.

De acordo com o Boletim Epidemiológico, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, durante o período de 2013 a 2022 foram notificados 316.182 casos, havendo uma redução de 28,9% no número de casos notificados. Dos 254.918 novos casos de hanseníase, 55,6% ocorreram em homens e 53,9% dos casos novos tinham a faixa etária entre 30 e 59 anos, 58% dos casos ocorreram em pessoas pardas, 47,6% tinham o ensino fundamental completo ou incompleto. Os estados com maiores registros de casa são Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Roraima e Piauí. (BRASIL. Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Boletim Epidemiológico: Hanseníase 2024. Número Especial, 2024).

É de extrema importância que o tratamento e as informações sobre a hanseníase sejam difundidos para que haja uma diminuição dos casos de novas infecções e do número de abandono no tratamento, para que consequentemente, o Brasil aos poucos deixe de ocupar a segunda posição mundial da doença.