DIA DAS MULHERES

07/03/2025 às 11:28:58
DIA DAS MULHERES (Fonte: ACOM - INASP)

INASP, 2025.


"No dia em que for possível à mulher amar em sua força, não em sua fraqueza, não para fugir de si mesma mas para se encontrar, não para se demitir mas para se afirmar, nesse dia o amor se tornará para ela, como para o homem, fonte de vida e não perigo mortal” – SIMONE DE BEAUVOIR.

Mundialmente, o dia 08 de março é comemorado o Dia Internacional das Mulheres, uma data que foi reconhecida oficialmente em 1975 pela Organização das Nações Unidos (ONU), inaugurando assim, uma nova etapa do feminismo, que para a antropóloga Carla Cristina Garcia, “a tomada de consciência das mulheres, como coletivo humano, da opressão, dominação e exploração de que foram e são objeto”. A data simboliza uma reivindicação pelos direitos igualitários entre homens e mulheres.

De acordo com a socióloga Eva Alterman Blay, a data é historicamente remetida ao fim do século 19 e início do século 20, quando as mulheres reivindicavam melhores condições de trabalho, salários, redução das jornadas e a proibição do trabalho infantil, através de movimentos operários nos Estados Unidos da América e na Europa.

Em 1903, a Liga Sindical Feminina (WTUL – em inglês, Women’s Trade Union League) surge com a organização de trabalhadoras assalariadas, contando com o apoio de mulheres socialistas, sufragistas e profissionais liberais dos EUA. No último domingo de fevereiro de 1908, a mulheres fizeram uma manifestação batizada de “Dia da Mulher”, em que reivindicavam o direito ao voto e melhores condições de trabalho, o ato foi repetido em 1909 em Nova York, reunindo 2.000 pessoas.

Mas o momento mais importante da luta sindical e dos direitos femininos, foi no dia 08 de março de 1917, quando cerca de 90 mil operárias se manifestaram contra as más condições de trabalho, fome, a participação russa na Primeira Guerra Mundial e Czar Nicolau II. Esse ato, ficou conhecido com “Pão e Paz” e foi considerado um dos primeiros momentos da Revolução Bolchevique.

Atualmente, com um mundo mais esclarecido e globalizado, discussões sobre a igualdade de gênero e a própria luta racial dentro do feminismo (feminismo intersccional) estão sendo discutidos com mais afinco, figuras como Audre Lorde, Malala Yousafzai, Michelle Obama, Chimamanda Ngozi Adichie, Nina Simone, Djamila Ribeiro e Maya Angelou ganham a cada ano que passa, mais destaques pelos seus pensamentos e posicionamentos por um mundo mais justo e igualitário para as mulheres.

Essa discussão não fica só no mundo literário e acadêmico, mas também é uma figura carimbada na cultura popular, principalmente, através de filmes que retratam as lutas feministas, como por exemplo, Histórias Cruzadas (2011), As Sufragistas (2015), Estrelas Além do Tempo (2016) e Radioactive (2019).