Feito por: EQUIPE INASP

O Outubro Rosa é uma campanha global de conscientização sobre o câncer de mama que ocorre anualmente no mês de outubro. Criada no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, a campanha teve início com a distribuição de laços cor-de-rosa para os participantes da 1ª Corrida pela Cura, realizada em Nova York, Estados Unidos. Desde então, o laço rosa tornou-se um símbolo de apoio e solidariedade na luta contra o câncer de mama, e o mês de outubro, uma época de promoção da conscientização e educação sobre o tema, bem como de estímulo ao diagnóstico precoce e tratamento da doença (Instituto Nacional de Câncer – INCA, 2021).

No Brasil, a campanha ganhou ainda mais força com a instituição da Lei nº 13.733, em 2018, que estabeleceu o mês de outubro como o mês oficial de conscientização sobre o câncer de mama, incentivando o desenvolvimento de atividades que reforcem a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Entre essas atividades, destacam-se a iluminação de prédios públicos com luzes cor-de-rosa, a promoção de palestras e eventos educativos, e a veiculação de campanhas de mídia, além da distribuição de materiais informativos sobre o câncer de mama, com o objetivo de sensibilizar e informar a população (Constituição Federal, 2018).

O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo, afetando países tanto em desenvolvimento quanto desenvolvidos. Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou cerca de 2,3 milhões de novos casos da doença globalmente, resultando em 670 mil mortes. Na América Latina e Caribe, mais de 210 mil novos casos foram diagnosticados em 2020, e cerca de 68 mil mulheres perderam suas vidas para o câncer de mama (National Geographic Brasil, 2024). No Brasil, estima-se que em 2024 surjam aproximadamente 73.610 novos casos, com um risco médio de 66,54 casos para cada 100 mil mulheres, sendo o tipo de câncer mais frequente entre as brasileiras, especialmente nas regiões Sul e Sudeste (Instituto Nacional de Câncer – INCA, 2024).

O câncer de mama é causado pela multiplicação desordenada de células anormais nas mamas, formando um tumor que pode, em alguns casos, espalhar-se para outras partes do corpo. Existem diferentes tipos de câncer de mama, com variados graus de agressividade. Muitos casos, quando diagnosticados e tratados precocemente, apresentam um bom prognóstico, aumentando as chances de cura e permitindo melhores resultados estéticos.

Os principais sinais e sintomas do câncer de mama incluem a presença de um nódulo endurecido e fixo, geralmente indolor, alterações na pele das mamas, como vermelhidão ou textura semelhante a uma casca de laranja, mudanças no formato do mamilo e a saída espontânea de líquido. Também podem surgir pequenos nódulos na região das axilas ou no pescoço.

Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de mama. Alguns desses fatores incluem o envelhecimento, aspectos da vida reprodutiva feminina, histórico familiar, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante. Estes fatores podem ser classificados em:

1. Fatores comportamentais e ambientais: obesidade, sobrepeso após a menopausa, falta de atividade física (menos de 150 minutos por semana), consumo de bebidas alcoólicas e exposição frequente a radiações ionizantes.
2. Fatores hormonais: menarca precoce (antes dos 12 anos), ausência de filhos, primeira gravidez após os 30 anos, menopausa tardia (após os 55 anos), uso prolongado de contraceptivos hormonais e terapia de reposição hormonal.
3. Fatores hereditários e genéticos: histórico familiar de câncer de mama ou ovário, especialmente antes dos 50 anos, casos de câncer de mama em homens e mutações genéticas nos genes BRCA1 e BRCA2.

Mulheres que apresentam esses fatores genéticos têm um risco maior de desenvolver o câncer de mama. Embora raro, o câncer de mama também pode acometer homens, representando cerca de 1% dos casos da doença.

Para reduzir o risco de desenvolver câncer de mama, é essencial adotar hábitos de vida saudáveis, como manter o peso corporal adequado, praticar atividade física regularmente e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. A amamentação também é considerada um fator protetor contra a doença.

Além disso, é importante que todas as mulheres conheçam o próprio corpo e estejam atentas a alterações nas mamas. Observar, palpar e sentir as mamas no dia a dia ajuda a identificar mudanças suspeitas, já que a maioria dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres. O autoexame, porém, não substitui a necessidade de exames médicos e mamografias periódicas, especialmente para mulheres com mais de 40 anos ou que estejam em grupos de risco.

O Outubro Rosa reforça a importância de ações contínuas de conscientização sobre o câncer de mama, incentivando o autocuidado e o acesso a diagnósticos e tratamentos adequados. A campanha é um movimento de prevenção e combate à doença, essencial para reduzir a mortalidade e proporcionar melhores resultados no tratamento do câncer de mama. A adesão ao Outubro Rosa e o envolvimento de toda a sociedade são fundamentais para que cada vez mais mulheres possam se informar e se cuidar, promovendo uma cultura de prevenção e cuidado com a saúde.

Referências:

https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/campanhas/2023/outubro-rosa

https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2024/10/outubro-rosa-veja-os-numeros-de-cancer-de-mama-no-mundo-paises-mais-pobres-tem-mais-casos

https://bvsms.saude.gov.br/outubro-rosa-mes-de-conscientizacao-sobre-o-cancer-de-mama-2/