DEZEMBRO VERMELHO

01/12/2024 às 10:09:21
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Feito por: EQUIPE INASP


Desde sua instituição pela Lei nº 13.504/2017, o Dezembro Vermelho se tornou uma importante campanha no calendário brasileiro, destacando-se pela conscientização sobre a prevenção, tratamento e defesa dos direitos das pessoas infectadas pelo HIV. Essa mobilização é fundamental para combater o estigma e para informar a população sobre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e, especialmente, sobre o HIV e a Aids.

A Aids é uma condição de saúde provocada pela infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que compromete o sistema imunológico, atacando especificamente as células de defesa chamadas linfócitos T CD4+. Uma vez dentro dessas células, o HIV altera seu DNA para se reproduzir, multiplicando-se no organismo. Esse processo progressivo de destruição das células de defesa torna o corpo mais vulnerável a doenças e infecções oportunistas.

Mesmo com o vírus, muitas pessoas vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a Aids. Essas pessoas, no entanto, podem transmitir o HIV através de relações sexuais sem proteção, do compartilhamento de seringas e de mãe para filho, seja durante a gestação ou na amamentação. Por essa razão, a realização de testes periódicos é essencial para um diagnóstico precoce e para a adoção de práticas preventivas.

Atualmente, não existe uma cura definitiva para o HIV, mas os avanços da ciência têm garantido aos portadores do vírus uma vida com qualidade. O tratamento, disponibilizado gratuitamente no Brasil, envolve acompanhamento médico contínuo e, quando necessário, o uso de medicamentos antirretrovirais. Esse coquetel de medicamentos atua para reduzir a quantidade de vírus no organismo, restaurar o sistema imunológico e prevenir a progressão para a Aids.

A adesão ao tratamento é um fator crucial: a interrupção pode levar à resistência do vírus aos medicamentos, reduzindo as opções terapêuticas. Quando administrados corretamente, os antirretrovirais permitem que a pessoa com HIV leve uma vida plena, incluindo suas relações sociais e afetivas. Além do tratamento, recomenda-se uma rotina saudável, com atividade física e uma alimentação equilibrada, que contribuem para o bem-estar e a qualidade de vida.

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) registrou, entre 2007 e junho de 2023, um total de 489.594 casos de infecção pelo HIV no Brasil. A maior parte está concentrada na região Sudeste, com 41,5% dos casos, seguida pelo Nordeste com 21,3%, Sul com 19,1%, Norte com 10,2% e Centro-Oeste com 7,9%. Em 2022, foram notificados 43.403 novos casos de HIV, demonstrando que a infecção pelo vírus continua a exigir atenção constante.

Nos últimos dez anos, o país obteve uma redução de 25,5% na taxa de mortalidade por Aids, embora ainda registre uma média de 30 óbitos diários. Esse declínio deve-se em grande parte aos esforços contínuos do Ministério da Saúde em ampliar o acesso ao tratamento antirretroviral e à adoção de medicamentos de primeira linha.

Um dos avanços mais significativos no tratamento do HIV é a possibilidade de atingir o estado de "indetectável". Cerca de 92% das pessoas em tratamento no Brasil alcançaram esse estágio, onde a carga viral é tão baixa que o vírus se torna intransmissível por via sexual. Essa condição permite que o paciente mantenha uma vida sem os sintomas da Aids e com uma menor chance de transmissão, reduzindo significativamente a propagação do vírus na população.

O diagnóstico precoce é um dos pilares no controle da epidemia de HIV. Ele pode ser realizado por meio de testes rápidos, que detectam anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos a partir de uma amostra de sangue coletada no dedo ou pelo exame laboratorial de sangue venoso. Esse diagnóstico ágil possibilita o início imediato do tratamento, beneficiando o paciente e contribuindo para a prevenção.

O Dezembro Vermelho nos lembra da importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento contínuo. A mobilização ao longo desse mês fortalece a conscientização sobre o HIV e a Aids, com o objetivo de reduzir novos casos, combater o preconceito e garantir que as pessoas soropositivas tenham uma vida plena e com dignidade. Que este mês inspire todos a cuidarem de si e a apoiarem essa causa que, além de humanitária, é essencial para a saúde pública.


REFERÊNCIAS:

https://unaids.org.br/estatisticas/

https://giv.org.br/HIV-e-AIDS/O-Que-%C3%A9-a-AIDS/index.html

https://bvsms.saude.gov.br/hiv-e-aids/

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/aids-hiv#:~:text=A%20aids%20%C3%A9%20a%20doen%C3%A7a,s%C3%A3o%20os%20linf%C3%B3citos%20T%20CD4%2B.